sexta-feira, 13 de julho de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

De beijo gélido ao frio toque.


Vejo luzes azuis. Serão pisca-piscas? Prefiro acreditar que sim, são meros pisca-piscas. Mas há um algo - e eu o temo - dentro de mim que grita e nega. Há chances dessas luzes azuis, ao invés de serem apenas luzes que acendem e apagam, serem o princípio de algo novo. A fagulha esperançosa do desconhecido.

Ignoro o lado que nega os pisca-piscas. São meros pisca-piscas, afinal. Espero que não tropece neles e acabe estrangulada.

sábado, 17 de março de 2012

Há a primavera e o inverno e o verão e o abandono de tudo a minha volta e há o céu e as nuvens e as constelações inexistentes que eu enxergo e há o que eu sinto e o que eu finjo e escondo na gaveta dos meus sonhos fragmentados e há você e o que você sente e todas as estrelas que percorrem seus gestos e seu rosto e suas costas e seus olhos cansados e há as pessoas lá fora e os carros passando e as vidas percorrendo o grande ou médio ou minúsculo ciclo do universo e há toda essa energia e seus braços e abraços e seus risos e sorrisos e seus desapegos e a sua solidão e a minha solidão e a nossa paixão e a nossa e a nossa e a nossa. Há essas palavras e o jeito como dizem seu nome de maneiras que eu nunca diria e há gente tocando em você e observando você e eu aqui e eu aqui e eu aqui e eu lá e o lá longe de mim como se todo esse amor estivesse amando essa urgência e esse suor e essa tristeza que me toma e que me abraça e que me beija e que me marca e que me enlaça e que me faz perceber e que me faz chorar e que me faz piscar e piscar e piscar e morder meus lábios como se o nada estivesse me contaminando e eu preciso e eu batalho e eu luto e eu e você e eu e você e a gente e o nosso universo e o quanto eu vou permanecer nesse curso e esse curso vai permanecer nesse trilho e esse trilho do trilho do trilho vai pegar muitos trens e nossos caminhos vão percorrer e passear e flutuar e voar juntos e o limite nunca existirá entre esses dois corpos e entre o que eu tanto anseio por e como eu vou continuar e continuar e continuar dizendo essas meras palavras e elas vão tentar de um jeito desengonçado representar tudo que eu não posso esquecer: eu vou te guardar e te segurar no meu coração enquanto não puder te segurar pela mão.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Há aventura maior que a procura pela rima?
Viver entre os versos foi escolha minha
Ou foi o destino agindo com teimosia?

o beijo gélido II

Sutilezas

A possibilidade encontro no sutil
Roçar meu braço no seu,
Ato e desejo vil.

Nasce um duvidoso ninho
Enquanto uma faísca ingênua reascende:
Será por descuido ou por carinho?

daquilo que não se evita I

Mal sei eu o quanto tentei prolongar o breve.
Mas foi feito neve,
Derreteu.

domingo, 11 de março de 2012

o beijo gélido

 Dois corpos deitados
 Lado a lado
 Lamúrias mil

 A fumaça como atmosfera
 O teto como céu
 Duas feras

 Transcenderam para além
 Daquilo que lhes estava aquém
 Submergiram

 Dois corpos arruaceiros
 Sabiam que não passavam de flores,
 Exalavam perfumes efêmeros

Atordoado

Deixar de saber
Por um conforto
Deixar de sofrer
Sorrir feito um morto.

Cansar de insistir
No que não existe
Já não adianta sentir
Mas meu coração insiste.

Atento, tento
Com esforço, forço
Eterno amador.