domingo, 15 de setembro de 2013

Declaration of the Independence of the Imagination and the Rights of Man to His Own Madness


«Any authentically original idea, presenting itself without ‘known antecedents’, is systematically rejected, toned down, mauled, chewed, rechewed, spewed forth, destroyed, yes, and even worse - reduced to the most monstruous of mediocrities. The excuse offered is always the vulgarity of the vast majority of the public. I insist that this is absolutely false. The public is infinitely superior to the rubbish that is fed to it daily. The masses have always known where to find true poetry. The missunderstanding has come about entirely through those ‘middlemen of culture’ who, with their lofty airs and superior quackings, come between the creator and the public.»
Salvador DalíDeclaration of the Independence of the Imagination and the Rights of Man to His Own Madness (New York, 1939).

terça-feira, 13 de agosto de 2013

sabiá mudo

eu quero o mundo
que escapa dos meus dedos,
mas estrangula minha garganta.

da minha falta de ar
surgem urgências silenciosas
e com o barulho de meu peito
desejo inquietamente emudecer.


numa canção sem compasso,
gritar aquilo que me fez perder a voz
e fora do ritmo proclamar a minha rouquidão,
rouquidão de sabiá que voltou pra sua terra,
mas em sua terra não quer ficar.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

gula

às vezes minha gula artística quer engolir tudo e vomitar arte, descobertas, invenções e maravilhas. mas o vômito não passa de vômito ruim, que fede, que a gente encontra em toda esquina e pisa todos os dias sem nem saber no que está pisando. é triste porque eu não consigo me visualizar. eu não me enxergo, eu não me sinto, eu só sou e não é agradável. é como se eu ficasse dando descarga sem parar mesmo não tendo nada na privada. como se eu insistisse em algo que não existe e me esforçasse pra que existisse, mas esse esforço é inútil. não dá em absolutamente nada. é como um fim em si próprio.

terça-feira, 9 de julho de 2013

escraverso

os versos me escravizaram
bateram
e aleijaram

os versos proclamaram-se donos das minhas expressões
puxaram
e deram arranhões

os versos não me deixam escapulir
me prendem
e me fazem ruir

os versos me fazem de prisioneira
sem eira
nem beira.

quarta-feira, 22 de maio de 2013


"He bore himself with naturalness and at the same time with dignity. His mien (i.e., bearing, appearance) was cheerful, smiling, polite. His eyes with a gentle benignity rested on my face. His body was absolutely still. He smiled and said, 'Silence is also conversation.' "
W. SOMERSET MAUGHAM recalling meeting the Maharshi for the first time. 




domingo, 19 de maio de 2013

domingo, 5 de maio de 2013

te engano nas linhas e me mostro nas entrelinhas.
quero escrever nas suas costas
confissões insanas e
silenciosas

bocas úmidas
e olhos inchados
cansados de despedidas

vem pra ficar
no meu aconchego
junto ao mar.
rodopio infinitamente
dentro de nós
e de sua mente

domingo, 14 de abril de 2013

vitória

são paulo já não tem tanta alegria
será que é pelo cinza do céu
ou por sua ida?

são paulo virou bailarina
bailarina que tropeça
e desatina

a terra da garoa faz jus ao seu nome
e a outros mais desde que você se foi

é terra da garoa
da garota
das gotas

são paulo já não é tão bela
desde que você virou na esquina
e a deixou.

sábado, 9 de março de 2013

concreto

Flor no cinza da rua
Aflora e gira,
Nua

O concreto se parte
E lá fica ela
Fazendo arte

Mas o que significa ser flor
(Na época de quem arranha o céu)
Senão sentir muita dor?