sábado, 17 de março de 2012

Há a primavera e o inverno e o verão e o abandono de tudo a minha volta e há o céu e as nuvens e as constelações inexistentes que eu enxergo e há o que eu sinto e o que eu finjo e escondo na gaveta dos meus sonhos fragmentados e há você e o que você sente e todas as estrelas que percorrem seus gestos e seu rosto e suas costas e seus olhos cansados e há as pessoas lá fora e os carros passando e as vidas percorrendo o grande ou médio ou minúsculo ciclo do universo e há toda essa energia e seus braços e abraços e seus risos e sorrisos e seus desapegos e a sua solidão e a minha solidão e a nossa paixão e a nossa e a nossa e a nossa. Há essas palavras e o jeito como dizem seu nome de maneiras que eu nunca diria e há gente tocando em você e observando você e eu aqui e eu aqui e eu aqui e eu lá e o lá longe de mim como se todo esse amor estivesse amando essa urgência e esse suor e essa tristeza que me toma e que me abraça e que me beija e que me marca e que me enlaça e que me faz perceber e que me faz chorar e que me faz piscar e piscar e piscar e morder meus lábios como se o nada estivesse me contaminando e eu preciso e eu batalho e eu luto e eu e você e eu e você e a gente e o nosso universo e o quanto eu vou permanecer nesse curso e esse curso vai permanecer nesse trilho e esse trilho do trilho do trilho vai pegar muitos trens e nossos caminhos vão percorrer e passear e flutuar e voar juntos e o limite nunca existirá entre esses dois corpos e entre o que eu tanto anseio por e como eu vou continuar e continuar e continuar dizendo essas meras palavras e elas vão tentar de um jeito desengonçado representar tudo que eu não posso esquecer: eu vou te guardar e te segurar no meu coração enquanto não puder te segurar pela mão.

Um comentário: